Pesquisa divulgada pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) nesta terça-feira revela que o brasileiro avalia a Justiça como regular em vários aspectos. A começar pela nota média atribuída à Justiça pelos entrevistados: 4,55 numa escala de zero a dez. Numa escala de zero (muito mal) a quatro (muito bem), a média nacional ficou abaixo de dois (regular) para todos os itens analisados: rapidez, acesso, custo, decisões justas, honestidade e imparcialidade.
A honestidade e a imparcialidade foram os itens pior avaliados, com média 1,18, seguida pela rapidez, com 1,19. As decisões justas receberam "nota" 1,60, o acesso ficou com 1,48 e o custo com 1,45.
O estudo de percepção social da Justiça mostra ainda que não há diferenciação significativa na forma como os diferentes grupos da sociedade veem o sistema judiciário. Ou seja, independente da região, da idade, da escolaridade ou da renda, a percepção sobre a Justiça varia pouco.
Polícia Civil é mal avaliada pelos brasileiros
O Ipea quis saber ainda como é a percepção do brasileiro sobre o quadro de profissionais que lidam com a Justiça. Numa escala também de zero a quatro, a Polícia Federal foi melhor avaliado (2,20), seguidos por juízes (2,14), defensores públicos (2,04) e advogados (1,96).
"Da análise dos dados, percebe-se que nenhum segmento foi bem avaliado, em média. O segmento mais bem avaliado, a Polícia Federal, alcançou 2,20, pouco superior ao ponto médio da escala. Este desempenho tem caráter intuitivo, tendo em vista o alto grau de exposição, geralmente com conotação positiva, de que desfrutaram as operações da Polícia Federal na mídia no passado recente", explica o texto da pesquisa.
A Polícia Civil recebeu a pior avaliação: 1,81.
"Ao mesmo tempo, percebe-se que o segmento com a média mais baixa - a única rigorosamente abaixo de 2,00 - também está ligada à investigação: trata-se da Polícia Civil, o que pode indicar, entre os cidadãos, especial desconfiança em relação à efetividade da investigação de crimes, cuja competência é da polícia judiciária dos estados e do Distrito Federal", diz o texto.
O Ipea fez a pesquisa presencialmente, com visitas aos domicílios. Para a elaboração do novo indicador, foram ouvidos 2.770 brasileiros em todos os estados do País. A técnica usada é a de amostragem por cotas, que garante representatividade e operacionalidade e mantém a variabilidade da amostra igual à da população nos quesitos escolhidos. A margem máxima de erro por região é de 5% e o grau de confiança é de 95%.
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