A transição de governo no Pará, que começou em meio à desconfiança entre as partes, virou uma guerra de acusações entre partidários da governadora Ana Júlia Carepa (PT), derrotada na eleição, e de Simão Jatene (PSDB), que retorna ao cargo a partir de janeiro. No meio do tiroteio verbal está o orçamento de 2011, que Jatene chama de problemático, "fantasioso" e "peça de ficção", com cortes de até R$ 10 milhões por secretaria. Ana Júlia e seus secretários rebatem as acusações e dizem que o tucano receberá um governo "mil vezes melhor" do que aquele que entregou à petista em 2006.
O chefe da Casa Civil do atual governo paraense, Everaldo Martins, joga mais lenha na fogueira ao acusar o governo eleito de buscar justificativas para "extinguir políticas públicas" criadas por Ana Júlia. Para ele, Jatene não precisa atacar o governo do PT e que, se quiser, pode pedir aos deputados que o apoiam as mudanças que achar necessárias no orçamento.
O que Martins diz não aceitar é que o tucano se utilize de adjetivos depreciativos para atacar a proposta, utilizando-se, segundo ele, de "perfumaria" e "estratégia para evitar de se pronunciar quanto ao seu projeto de governo".
O governo petista assinala que o orçamento resgata compromissos que a governadora assumiu com diversos setores sociais, como a implantação do plano de cargos, carreira e remuneração dos professores. Além disso, contempla recursos para execução de obras do Plano de Aceleração do Crescimento (PAC do Pará), com investimentos de R$ 1,2 bilhão previstos para 2011, incluindo as operações de crédito.
Técnicos do PSDB, após ouvirem Jatene, concluíram que os investimentos, conforme eles com números próximos de zero, tornarão o primeiro ano do governo Jatene muito difícil. Os próximos dias serão decisivos para que as mudanças sejam feitas na Assembleia Legislativa. A bancada do PT, em minoria, promete dar trabalho aos tucanos. (Agência Estado)
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