PM está há 9 anos sem andar e foi submetido a transplante inédito
“Não me lembrava que eu era tão alto”. A declaração foi dada ontem pelo primeiro paciente transplantado de células-tronco do país. A cirurgia foi realizada há 30 dias no Hospital Espanhol, em Salvador. O PM, 47 anos, que não quis se identificar, está paraplégico há 9 anos, depois de ter sofrido um acidente, e não tinha movimentos da cintura para baixo.
A técnica que deu movimentos ao PM consiste no implante de células-tronco (do tipo mesenquimais) no local lesionado. No procedimento - inédito no mundo - as células foram retiradas, por meio de aspiração, da região da bacia do paciente. Em laboratório, elas se reproduziram e depois de quatro semanas foram reimplantadas no corpo no local onde ocorreu a lesão.
Segundo a fisioterapeuta responsável pela reabilitação, Cláudia Bahia, desde o transplante, o paciente conseguiu ampliar o volume da bexiga, de 45 ml para 300 ml, alcançou algum controle de funções, como a urina, e aumentou a massa muscular da perna e coxa. “Ele conseguiu ficar de pé no espaldar, que é um aparelho que lembra uma escada, e ganhou controle do tronco”, diz. Para o médico neurocirurgião Marcos Vinicius Mendonça, embora os resultados tenham sido muito positivos, a equipe está muito consciente de que para comemorar o sucesso da técnica é preciso verificar esses mesmos êxitos nos outros pacientes submetidos ao transplante.
“Até o final do ano, nossa meta é conseguir repetir o procedimento em mais 15 pacientes”, pontua o médico. A pesquisa de transplante de células-tronco é financiada pelo Ministério da Saúde, tendo como parceiros a Fundação Oswaldo Cruz, o Hospital Espanhol e o Centro de Biotecnologia e Terapia Celular do Hospital São Rafael (CBTC).
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